21ª FILVEN 2025
O resgate da memória e da história dos oprimidos em sua luta por libertação.
domingo, 6 de julho de 2025
Vereadora de extrema-direita pede retirada de “Capitães de Areia” de Jorge Amado das escolas * Fernanda Silva de Moraes/Jornal Nota-SC
Vereadora de extrema-direita pede retirada de “Capitães de Areia” de Jorge Amado das escolas
A vereadora Jessica Limone (PL) partido de extrema-direita, atuante no município de Itapoá (SC) durante uma sessão na câmara, lançou intensas críticas a um dos livros mais conhecidos de Jorge amado, o “Capitães de Areia” (1937).
As críticas ao livro foram feitas a partir da inclusão da obra no currículo das escolas brasileiras, o que, para ela, representa uma tentativa política de “marginalização” das crianças. No romance, acompanhamos a rotina de crianças à margem da sociedade.
A vereadora declarou que:
_“Está sendo trabalhado e discutido no ensino fundamental, para alunos de 7º e 8º ano, entre 12 e 13 anos, esse livro. Se os senhores procurarem em livrarias e sites, ele tem uma classificação indicativa de 18 anos. Porém, a classificação dele, divulgada e oficial, é de 14 anos”.
Seu argumento é fundamentado na seguinte premissa:
_“É uma maneira que o governo federal tem – que a esquerda tem – de introduzir a literatura brasileira. […]. O que eu quero dizer com isso é que esse livro promove a marginalização infantil, é uma maneira pela qual a esquerda está infiltrando esse livro nas escolas”._ Ela demonstra preocupação com o conteúdo exposto no livro, acusando o atual governo federal de infiltrar “Capitães de Areia” (1937) como se fosse uma mácula no sistema educacional do país. Para completar sua fala, a vereadora Jessica Limone (PL) fez um apelo à Secretaria de Educação do município, solicitando a retirada da obra “Capitães de Areia” da grade curricular das escolas de ensino fundamental.
Não satisfeita e comprovando seu viés ideológico, a vereadora citou o autor de “Capitães de Areia”(1937), Jorge Amado como “comunista, famoso, conhecido, inclusive, foi deputado federal e teve o seu mandato cassado”.
As críticas ao livro foram feitas a partir da inclusão da obra no currículo das escolas brasileiras, o que, para ela, representa uma tentativa política de “marginalização” das crianças. No romance, acompanhamos a rotina de crianças à margem da sociedade.
A vereadora declarou que:
“Está sendo trabalhado e discutido no ensino fundamental, para alunos de 7º e 8º ano, entre 12 e 13 anos, esse livro. Se os senhores procurarem em livrarias e sites, ele tem uma classificação indicativa de 18 anos. Porém, a classificação dele, divulgada e oficial, é de 14 anos”.
Seu argumento é fundamentado na seguinte premissa:
“É uma maneira que o governo federal tem – que a esquerda tem – de introduzir a literatura brasileira. […]. O que eu quero dizer com isso é que esse livro promove a marginalização infantil, é uma maneira pela qual a esquerda está infiltrando esse livro nas escolas”.
Ela demonstra preocupação com o conteúdo exposto no livro, acusando o atual governo federal de infiltrar “Capitães de Areia” (1937) como se fosse uma mácula no sistema educacional do país.
Para completar sua fala, a vereadora Jessica Limone (PL) fez um apelo à Secretaria de Educação do município, solicitando a retirada da obra “Capitães de Areia” da grade curricular das escolas de ensino fundamental.
Não satisfeita e comprovando seu viés ideológico, a vereadora citou o autor de “Capitães de Areia”(1937), Jorge Amado como “comunista, famoso, conhecido, inclusive, foi deputado federal e teve o seu mandato cassado
A obra “Capitães de Areia”, é marcadamente uma crítica social e por isso foi alvo da Intentona Comunista, que perseguiu não somente os membros do Partido Comunista Brasileiro (PCB), bem como intelectuais, que segundo o governo, estavam associados à ideologia de Moscou (capital da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas).
“Capitães de Areia” e sua crítica social
Começou a ler a crítica e ainda não leu “Capitães de Areia”? Aqui vai uma sinopse desse livro que é um dos grandes clássicos da literatura brasileira
Publicado em 1937, “Capitães de Areia”, conta a história de Pedro Bala, Professor, Gato, Sem Pernas e Boa Vida, crianças abandonadas que crescem nas ruas de Salvador e vivem em uma comunidade que se estabeleceu no Trapiche.
As crianças praticam assaltos e se envolvem em diversas confusões, na mesma medida em que são perseguidas constantemente pela polícia. Com a chegada de Dora e seu irmão Zé Fuinha, os meninos ficam excitados com a presença de uma menina. Dora desperta em Pedro Bala e nos outros garotos um afeto inesperado.
Uma história que nos move e nos incomoda pela sua riqueza de detalhes e por sua contundente crítica social. Nos faz refletir sobre as crianças abandonadas à própria sorte que ainda hoje são perseguidas pela cidade de Salvador e pelo Brasil afora. Uma crítica que pode ser percebida pelo leitor atento, mesmo não sendo “comunista”.
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